O Teatro do Oprimido em Angola

Foi a 12 de Setembro de 2006 que tudo começou, quando um curinga com funções pedagógicas de Teatro do Oprimido veio para Luanda leccionar um curso de 10 dias. Estava nascer em Angola, o tal esperado teatro revolucionário dos direitos do homem, quando este país precisava e muitos não encontravam, um teatro que velasse pela igualdade, direito e libertação dos oprimidos (no bom sentido da palavra). Claro que em princípio não agradou a todos, mas dos poucos estou vinculado. Um teatro que troce para Angola actores e multiplicadores de TO pelo mundo, como: Alvim Cossa, Barbará Santos, Cachalote Mattos e tantos outros.

Hoje o GTO-Angola, Grupo Teatro do Oprimido de Angola, trabalha em várias temáticas sócias, como: a violência doméstica, criminalidade juvenil, saúde, tráfico humano, violência contra criança, direitos humanos e tantos outros de interesse público. Tendo em carteira vários projectos e programas como: Projecto Teatro Fórum nas Escolas, Ciclo de Teatro Comunitário, Programa Sábado de Teatro Fórum.

GTO-Angola, que de embrião tornou-se um bebé, com varias filiares e parceiros pelo país e pelo mundo, congrega actualmente 15 Actores - Multiplicadores, 10 Grupos comunitários em Luanda, 15 Grupos de Teatro Fórum nas Escolas (no âmbito do projecto TF nas Escolas), 304 participantes em formações móveis e locais, 77 espectáculos, mas de 11.363 espectadores.

"Admito por quanto valeu apena apreender. Aprender um teatro que é no seu todo um campo de virtudes, ética, solidariedade e moral, onde qualquer cidadão sinta-se valorizado por aquilo que fala e faz, com desejo e objectivo de mudar o mundo. É deste modo que teremos um mundo melhor, de igualdade, em que os oprimidos sentiram-se vencedores perante os opressores. Uma batalha que só terá fim, quando todos nós, aceitarmos apreender a respeitar o direito e a posição do outro. Assim, fazemos do teatro do oprimido um ciclo de análise, debate e opinião, para que possa servir de refúgio para todas aquelas pessoas que encontram-se na categoria de oprimidos, com desejos de mudarem as suas realidades ou as dos outros."

Para terminar, como não poderia deixar de ser, queremos aqui agradecer profundamente a empresa  BFA (Banco de Fomento Angola), Organização das Nações Unidas para a Infância (UNICEF-Angola) e o Ministério da Educação e outras organizações não menos importantes, que até agora, tudo ou muito tem feito em prol da reeducação cívica das sociedades Angolanas e pelo desenvolvimento da cultura em Angola, em particular o desenvolvimento do Teatro.

Faço-o com muito orgulho e vontade.

Por: Aníbal Samarigi

Multiplicador e Coordenador do GTO-Angola