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Teatro do Oprimido em Outras Culturas


Por: Aníbal Samarigi
Curinga e Coordenador do GTO-Angola

Teatro do Oprimido, o verdadeiro sentido da palavra teatro, uma metodologia teatral de fácil compreensão e aprendizagem, criada e desenvolvida na América do sul, hoje também com maior enfoque na Europa e na África, esta metodologia teatral objectiva a entrega física e psicológica de seus praticantes sendo actores ou espect - actores, letrados ou não, ricos ou pobres, brancos ou negros, aqui não há diferença; todo mundo pode fazer teatro, até mesmo os actores (Augusto Boal). Teatro de fácil penetração em outras culturas, uni povos e revitaliza sociedades, faz amigos e cruza corações. Teatro criado pelo teatrólogo e dramaturgo Augusto Boal e sua equipa de curingas, na filosofia de Paulo Frei, que afirma de forma clara e objectiva que o oprimido deve usar da sua opressão como arma de combate para libertar-se do opressor e no final da guerra, libertar a si e o opressor. Assim Augusto Boal no seu sentido teatrólogo\pedagogo pensou no teatro o que Prof. Paulo Frei pensou na mudança da educação.

Na vertente Angolana, o Teatro do Oprimido, tenta de forma geral familiarizar-se com a cultura nacional, conquistando corações de alguns e despertando mentes de outros. Este país que viveu um período intenso de conflito armado que deixou o povo desunido de norte ao sul do mar ao leste. Este povo, que volta a reencontra-se aos poucos mas que ainda ressente-se das feridas e cicatrizes que não sarou na totalidade, e como sequelas deixa o pânico psicológico e o medo. Medo de uma outra dor, que torna o povo vulnerável a certas práticas culturais e artística, neste contexto, uma delas é o Teatro do Oprimido (pelo nome e algumas expressões que acarreta consigo como: opressão, oprimido e opressores), a quando do seu aparecimento a Angola e por falta de informação, assustou o povo e governantes, temendo que seja-se uma organização política partidária.
Nem com isso impediu a penetração da magnífica metodologia teatral na cultura Angolana, tudo, porque Jovens como: Aníbal Samarigi, Flávio Dumba, Josémar Cândido, Lourenço Mateus, Vanda Sengula e outros, não menos importantes, munidos de informação inerente a metodologia do Teatro do Oprimido, decidiram, com o apoio de algumas organizações não governamentais, criar o GTO-Angola, designada também por Grupo de Teatro do Oprimido de Angola, uma organização sem fins lucrativos, fundada a 12 de Setembro de 2006 no seminário dirigido pelo curinga Alvim Cossa em Luanda, apoiada e assistida pelo Centro de Teatro do Oprimido do Brasil CTO-Rio. Esta mesma, tem por objectivo, levar ao público Angolano a verdadeira essência do Teatro do Oprimido e quais são as vantagens para o povo angolano na resolução dos seus problemas sócias e inter-pessoais, assim um programa recheado de cursos, seminários, workshops, espectáculos, formações nas escolas etc. Está ser executado desde 2006 a quando a sua fundação. Com estes programas, hoje, em Angola o TO é uma referência para a alfabetização, reeducação das sociedades e mudança de comportamento. 

Nunca diga:
Matar, não espere que a justiça seja feita!


Mas sim, diga:
Matar não, espere que a justiça seja feita!

“A melhor forma para defender-se do opressor, é libertar-se da opressão”